A imagem de desnorte total da Ministra da Administração Interna resume-se a tentar reparar a merda em cima do joelho que não conseguiu prevenir. E rejeita a demissão, porque acredita que isso seria o mais fácil.
"Ia-me embora, ia ter as férias que não tive. Ia resolver o problema? Não, não ia!".
E falar em férias, depois de mais de 100 mortes confirmadas, depois de várias pessoas terem ficado desalojadas, terem perdido o sustento, gado, etc. E dignidade, senhora ministra? A demissão ontem já era tarde.
Em Junho, 64 mortos nos incêndios de Pedrógrão Grande. Em Outubro, 37 mortos em incêndios por todo o país.
Como é que depois disto, é possível dizer que a Ministra da Administração Interna não tem responsabilidades em nada? Depois de inúmeras irresponsabilidades nesta onda de incêndios, nem um pedido de desculpa. Nem uma pingo de humildade e admitir que pouco se fez no que toca a prevenir. Temos muito a aprender com o povo oriental, principalmente em humildade.
Não vai há muito que o Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe pediu desculpa por exemplo pelo excesso de gastos e erros administrativos na construção do Estádio Olímpico de Tóquio, que receberá os Jogos Olímpicos de 2020.
Como é que querem aumentar as audiências televisivas com programas de entretenimento, se os participantes dizem de boca cheia que não consomem aquele tipo de formato? De repente tornou-se “fixe”, dizer-se que tudo o que dá na televisão generalista é mau, mas ao mesmo tempo, as figuras públicas têm de fazer o frete porque precisam de ganhar dinheiro.
A má programação não é de agora. A falta de capital acabou por adiantar a crise da criatividade e a falta de audácia no investimento. Os tempos em que tudo o que era projecto acabava por fluir já lá vão. Agora tudo é pensado e raramente se inova. Há até quem diga que o futuro agora é pura e simplesmente o mercado digital. O que me leva a crer que está tudo certo. A evolução é isso. Mas perante esta realidade, como é que depois podemos pedir mais audiências? Não há coerência neste discurso. E pior só mesmo algumas figuras públicas que já estão com um pé no digital e outro no passado, mas que ainda assim não descartam a oportunidade de ganhar mais algum. E bem, obviamente. Mas a coerência depois tem de exigir, ou então tudo acaba por ser demasiado falso. E é isso que se tem notado.
As personalidades que têm aparecido nos “novos” programas desta nova temporada televisiva já quase todas elas demonstraram estar contra a nova forma de se fazer televisão, mas ainda assim continuam a participar e a alimentar as estações televisas. Mesmo admitindo que não são consumidores daquele formato, insistem em oferecer aos telespectadores aquilo que eles não gostam. Mas então perante isto, como é que esta coisa funciona? Pura e simplesmente a magia de outros tempos não acontece. As pessoas estão a fazer algo que não gostam quando o objectivo é entreter e dar algo diferente ao que existe actualmente. Os risos forçados são altamente denunciados e a falta de criatividade já é demasiado evidente.
Já deixei de consumir esse tipo de programas há muito. Não mudem por mim. Mudem pelos que ainda vêem televisão. Sejam genuínos, senhores actores e actrizes, ou simples figuras públicas. Não rebaixem os telespectadores, oferecendo algo que não gostam e jamais consumiriam.