A relevância da RTP
Se por acaso um dia a RTP1 ficasse inactiva durante 24 horas, as pessoas só iriam notar quando o programa do gordinho estivesse quase a começar. Parece inacreditável como ainda insistem no rumo que a RTP tem levado nos últimos 15 anos, a apostar em conteúdo altamente ultrapassado, reciclado e pior de tudo, feito à toa, só para encher.
Pensei muito honestamente que com a chegada de Nuno Artur Silva à administração da RTP, que as coisas iriam mudar. Nem que fosse apenas um pouquinho, mas nada mudou. A RTP1 e RTP2 continuam a mesma podridão e ligadas às máquinas para sobreviverem.
As queixas de falta de orçamento para melhorar o conteúdo continuam a ser o forte da casa, e os ordenados astronómicos para manterem os pesos mortos da estação também não se alteraram. Basicamente a RTP continua a gastar imenso em salários e o conteúdo continua a ser péssimo e não vai de encontro com serviço público, nem tão pouco com a preferência dos portugueses. As audiências são claras.
A cobertura dos Jogos Olímpicos (exemplo mais recente), foi uma profunda vergonha. A corajosa aposta em séries, novelas e outras parvoíces de representação à força, continua a ser digno de um Óscar de tentativas falhadas.
Programas de humor já foram fortes na estação pública, mas as personagens são praticamente sempre as mesmas. Dá a sensação que os lugares estão reservados para os intervenientes do costume, e portanto, a audiência também se reflecte nisso.
Gostava de ver a RTP mais activa, com mais energia, a apostar no público jovem com conteúdo sondado. Porque não realizar uma sondagem e ir de encontro com aqueles que ainda se interessam minimamente com a estação pública?
Bem sei que o futuro do entretenimento passa pela Internet, mas se o objectivo é unicamente manter viva a estação só porque sim, com conteúdo forçado, então se calhar já estava mais do que na hora de encerrar as portas.